
Fadiga de treino ou sobrecarga? Aprende a ouvir o teu corpo
Depois de semanas de treinos intensos ou de uma prova exigente, sentir cansaço é normal. O corpo está a recuperar, a adaptar-se e a ficar mais forte. A isso chama-se fadiga de treino — uma parte natural e necessária do processo de evolução de qualquer atleta. O problema começa quando esse cansaço deixa de desaparecer com o descanso e se acumula ao longo dos dias. Nessa altura, já não é apenas fadiga: é sobrecarga de treino, ou overtraining.
Saber distinguir entre os dois é uma das maiores competências que um atleta de endurance — seja corredor, ciclista ou triatleta — pode desenvolver. É o que separa quem evolui de forma consistente de quem acaba por perder motivação, sofrer lesões ou enfrentar exaustão física e mental.
A fadiga é uma resposta saudável ao esforço. É aquele peso nas pernas depois de um treino longo, o cansaço que desaparece após uma boa noite de sono, ou aquela ligeira dor muscular que indica adaptação. O corpo está a responder ao treino — cansado, sim, mas ainda com energia e vontade. É um sinal de progresso.
A sobrecarga, por outro lado, instala-se quando o corpo não tem tempo suficiente para recuperar. É quando o desempenho começa a cair, mesmo em treinos leves. O sono deixa de ser reparador, surgem irritabilidade e apatia, e o prazer em treinar desaparece. As dores tornam-se persistentes, a frequência cardíaca em repouso aumenta e o sistema imunitário enfraquece. O corpo pede pausa, mas o atleta responde com mais esforço — e é aí que o ciclo se rompe.
Aprender a ouvir o corpo é uma das formas mais inteligentes de treinar. O descanso não é fraqueza; é estratégia. É durante a recuperação que o corpo assimila o treino, regenera os músculos e volta mais forte. Sem descanso, não há progresso.
Dormir bem, manter uma boa hidratação, alimentar-se de forma equilibrada e incluir dias de descanso ativo — como caminhadas, yoga ou ciclismo leve — são formas simples de manter o equilíbrio físico e mental. Mas o mais importante é compreender que consistência não significa treinar todos os dias; significa saber quando acelerar e quando abrandar.
O verdadeiro atleta não é o que nunca para, mas o que sabe escutar o próprio corpo. Saber abrandar é sinal de força, não de fraqueza. Às vezes, o treino mais inteligente é simplesmente descansar.
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